Ao conversar com um economista ou um empresário, você vê que eles são extremamente preocupados com indicadores, por serem uma forma numérica e quantificável de medir o desempenho de determinado aspecto do negócio.

Na área médica, a gestão de um centro cirúrgico tem se baseado, cada vez mais, em indicadores. Eles são capazes de trazer uma cultura de melhorias contínuas para os hospitais, conquistando renome e atraindo pacientes.

São, portanto, aspectos objetivos que não dependem de interpretação, a qual poderia gerar desconfiança. Todos os grandes hospitais renomados, como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein, têm implementado uma rotina diária de indicadores para manter os melhores números.

Conforme as práticas de gestão de centros cirúrgicos, os indicadores, atualmente, são divididos em três grandes grupos que serão explorados a seguir. 

Indicadores de estrutura

São relacionados às pessoas e aos processos de apoio à cirurgia. Devido ao avanço tecnológico e da própria técnica cirúrgica, os cirurgiões e seus auxiliares se tornaram muito especializados. Por isso, há áreas bem específicas, como cirurgia da mão, de cabeça e pescoço, vias urinárias, neurocirurgia etc. 

Em relação aos auxiliares, a especialização também é essencial. Afinal, é necessário uma equipe de enfermeiros e técnicos de enfermagem com cursos e experiência ampla em blocos cirúrgicos. Isso porque eles precisarão lidar com a instrumentação cirúrgica e o atendimento de intercorrências peroperatórias. O centro cirúrgico exige, portanto, elevado grau de conhecimento e habilidades.

Nesse contexto, surgiram os indicadores de recursos humanos. De acordo com um artigo publicado na Revista de Administração em Saúde, por Duarte e Ferreira (2002), eles podem ser:

  • percentual de cirurgiões com título de especialista;

  • percentual de anestesistas com título de especialista;

  • percentual de enfermeiros com título de especialista;

  • percentual de presença de enfermeiro durante todo o período de funcionamento do bloco;

  • horas de treinamento por funcionário ao ano. 

Nesse sentido, também são importantes os indicadores de qualidade dos equipamentos, como:

  • idade média dos instrumentos;

  • frequência de calibragem de equipamentos;

  • disponibilidade do equipamento durante a cirurgia (em caso de equipamentos compartilhados com várias salas etc.). 

Indicadores de processo

São aqueles que dizem respeito aos procedimentos administrativos dentro de um centro cirúrgico, chamados de “burocracia”. Alguns cirurgiões não têm a prática de preencher as informações do paciente no pós-cirúrgico, mas ela é essencial para a gestão hospitalar. São várias as possibilidades, como o percentual de preenchimento adequado de:

  • relatório cirúrgico;

  • ficha anestésica;

  • folha de débitos.

Não se pode negligenciar a documentação, pois ela é a fonte de informação para a construção de diversos outros indicadores. Além disso, esses documentos resguardam o centro cirúrgico e a equipe de processos jurídicos.

Outro indicador bem interessante é chamado de “taxa de cirurgias suspensas por fatores hospitalares extrapaciente”, que diz respeito, principalmente, aos cancelamentos de procedimentos ocorridos pela má gestão e administração do centro cirúrgico, como:

  • falta de roupa;

  • ausência ou atraso do corpo técnico;

  • preparo inadequado para a cirurgia;

  • orientação incompleta sobre o jejum;

  • extravio de propedêutica complementar e radiografias;

  • falta de equipamentos médicos.

Ademais, é possível melhorar a gestão de recursos materiais ao adicionar indicadores de desperdício de materiais descartáveis, de inutilização de instrumentos cirúrgicos etc. Ainda nessa categoria está um dos pontos mais críticos em cirurgias: o tempo. Afinal, sabemos que, quanto menor o tempo cirúrgico, menor a chance de infecção hospitalar, mais rápida a recuperação pós-operatória e menor a chance de erro técnico.

Além disso, é possível diminuir a espera dos pacientes e realizar mais procedimentos. Os indicadores de tempo são o tempo médio de:

  • preparo do paciente;

  • limpeza da sala no intervalo entre duas cirurgias;

  • antissepsia do paciente;

  • execução de radiografia intraoperatória;

  • atraso no início das cirurgias;

  • permanência na recuperação pós-anestésica.

  Nessa categoria, há também a avaliação de produtividade:

  • tempo total de sala utilizado sobre o tempo de sala disponível;

  • número total de salas em utilização sobre o número total de salas;

  • número de cirurgias por dia, divididas por porte;

  • número de horas utilizadas sobre as horas disponíveis por período;

  • número de cirurgias realizadas por mês, por médico.

Por fim, temos os indicadores voltados para a qualidade da própria equipe de gestão:

  • percentual de rotinas técnicas normalizadas do centro cirúrgico;

  • percentual de processos administrativos rotinizados;

  • percentual de cumprimento da agenda cirúrgica;

  • percentual de procedimentos operacionais padrões descritos.

Todos esses indicadores são imprescindíveis para criar a cultura de excelência em um centro cirúrgico. Além da qualificação e experiência do corpo técnico-cirúrgico, é necessário uma estrutura bem gerenciada com a finalidade de aumentar a satisfação do paciente.

Indicadores de resultado

Os indicadores de gestão de um centro cirúrgico utilizam somente dados objetivos que possam influenciar diretamente na qualidade dos serviços prestados. Nesse sentido, em vez de analisar a “taxa de sucesso das cirurgias”, deve-se analisar informações menos subjetivas.

Isso porque o sucesso da cirurgia depende de fatores que extrapolam a competência do centro cirúrgico, como o estado nutricional do indivíduo, a doença de base, a reserva fisiológica do paciente, a gravidade do caso, a perícia e habilidade do corpo técnico. Afinal, todos esses fatores não podem ser medidos em números e, consequentemente, avaliados por indicadores.

Em outras palavras, a taxa de sucesso das cirurgias pode variar independentemente da qualidade da gestão hospitalar. Por isso, em relação aos indicadores de resultado, damos preferência a fatores que podem ser alterados com medidas administrativas, como:

  • taxa de infecção hospitalar, que reflete a qualidade da limpeza, da antissepsia e dos protocolos de segurança reconhecidos internacionalmente;

  • número de reintervenções não programadas, que deve ser um indicador acompanhado exclusivamente pela comissão de ética, pois pode significar falhas técnicas por parte de algum membro do corpo técnico;

  • taxa de mortalidade operatória por fatores evitáveis ou reversíveis. 

Com os indicadores, é possível criar uma cultura de constante aprimoramento na gestão de um centro cirúrgico e nesse processo, a tecnologia se torna uma grande aliada para o alcance dos objetivos, melhora dos resultados e da satisfação dos clientes.

As plataformas automatizadas têm ganhado bastante destaque, pois são capazes de otimizar o fluxo de informações desde o pedido do médico até o processamento do hospital e a interação com a operadora de saúde do paciente.

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